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sábado, maio 08, 2010

SABEDORIA E DUPLICIDADE

A sabedoria maior é a capacidade de se duplicar sempre. Deixa seu corpo ir como as águas se locomovem. a água tem a capacidade de se adaptar a todos os espaços e achar aconchego nos mais remotos, nos mais temerosos dos lugares. Quando encontra obstáculo pela frente que impeça sua necessidade de expandir-se, tem a paciência do desvio ou de submersão e se joga por cima formando lagos, ou cai em precipício formando cachoeiras. Portanto ela é ao mesmo tempo acomodável sem ser conformista. tem o percurso como vida e é nele que se faz vida alimentando, matando a sede, regando as plantas, dando espaço substancial em sua entranhas aos serem animais e vegetais que ali habitam. Paradoxalmente ela é bastante volátil e se evapora como a magia do éter. Paradoxalmente, se penso na eternidade com um devir transcendental na sua forma teológica, ou teleológica. Porém se penso na eternidade do instante como o maravilhamento duplicador da vida e de sua eterna pulsação, eis que me vejo em sapiência com o vivenciar das coisas. Morrendo por segundo, para dar lugar aos fluxos que pulsam nos impulsionando para a vida. eis que Lao Tsé me deixou muito inspirado. depois continuo.
Às vezes precisamos nos desvencilhar de aparatos que interceptam nossa relação com o passado. Nos o miramos sendo possuídos por regimes de pensamentos que podem estar nos colocando muito longe de nossas potencialidades. Admiramo-nos quando observamos uma grande sabedoria saída de sujeitos falantes de tempos muito remotos. Qual seria a produtora em nós que nos fazem pensar o tempo presente como de uma forma mais refinada de saber? Não seria ao contrário, talvez, que nos dispusemos de ferramentas que nos tornariam muito mais impossibilitados de estarmos em relação com a vida? E com isso o cuidado de si pode estar gerando uma forma catastrófica das relações humanas que não percebemos por estarmos fermentados pela maneira moderna de ser e conseqüentemente de pensar.

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