.

quarta-feira, junho 25, 2008

EU E EU MESMO: E ENTRE PRAZER E DOR - ODEMAR LEOTTI

“Oh! Pedaço de mim. Oh! Metade afastada de mim” – Chico Buarque.

Como translada essas formas que emergem numa mistura de pensamento e ação, ou seja, pensamentação, pensamentalizage ou age pensando-sendo-e já é e já não é mais. Que já foi e é de novo, assim de eternidade em eternidade, como éter que se esvai nessa volatilidade sem sim: do bom ou do ruim, tudo vem e vai nesse misto de gozo e dor e gozo: goza e espanta e com os olhos estupefatos paga por isso, dependendo das grades contingenciais do ser: ser como sendo e se esvaindo como fumaça se vai e se busca como ar o ato de ser para que não caia no vazio do ser. Aqui ser é um estado ainda não realizado: sendo é o ato pensagimentação como jogo da criança: o que causa olhares sobressaltados, que deixa a vigília em eterno sobressalto: que se rala, se machuca e que salta e pensa no ar. No ar ar/quiteta e fica quites com a acontecimentalização. Pré-sentimento como pré-sente pré-senteando como quase um presente que ainda não o é: e quando é o é em gozo que já se esvai como um corisco e que já vem outro tempo e mais outro e outro. Saber como sabor: saboreante, saboreável, sapiens em seus nadifúndios cobertos de flores, em seus oceanos do nada a navegar em naves perfumadas cheias de sereias enquanto Ulisses bóia no mar do sonho da volta ao lar.Maturidade que acaba com esse estado agencial. Ao matar as imanências, cria normas para alistar a ação no sono eterno do linear, do longínquo: normas mornas da normalização e das modorrentas vidas certas e vazias de sabor. A supressão do múltiplo, do perigo, e a instituição de sendo como ser previdente, dentro de um bloco monolítico que não é possível ver (ver sem ser visto?), mas aparecendo como espaço de uma pluralidade no tempo e espaço simultâneo onde a reinstituição do ser cria um sendo redistribuído e tornando invisível o grande irmão, e a sensação das relações de força se digladiando. Onde acontece, onde se tece a posse do prazer. Quais são os preços a se pagar pela ousadia do desejo? Preparam um lugar que nos honra, que nos faz sem nosso corpo de um eu não eu mesmo. Eis aí o que me intriga e deixa tudo em completa inércia da vida.
Foto: www.keepsake.blogger.com.br/RostoxC.jpg

1 Comentários:

Postar um comentário

<< Home