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sábado, junho 23, 2007

Revisões “Angelicais Augustas dos Anjos” - Odemar Leotti

“Augusto” é o pensar mais próximo da pele. Da pele é onde tão distante ficamos. Na nossa sina de engendramentos malditos que nos fazem distantes de nós mesmos. Sem repressão, sem proibição alguma; eis aí o que há de mais terrificante. Somos redistribuídos em nossos desejos. Somos incitados a exercer nossos desejos. Engendrados nas fórmulas da busca da pureza. Onde moraria esse ser longínquo da busca. Esterilidades das formas nos fizeram seres anômalos, tristes e longe de nós; porosidades corrompidas, ardiladas; enfeitadas com cerejas da morte do ser, e o mais ilógico raia como um sol. As fendas deixadas pela imperfeição postam tênues clarões de luz dos anjos do “augusto” sufocado. Escarrar quando não mais se beija! Beijar quando não se precisa escarrar! Apedrejar quando nos faltam as pernas dilaceradas, mutiladas por uma mentira que nos roubou de nós mesmos. Apedrejar a quimera má, na busca de nossa última quimera... Feito de sonho de retorno a nós mesmos a fazer uso de nossa pele, nossos poros... O ensejo das carícias redivinizadas. A mão como “anjo” acaricia às custas dos apedrejamentos da moral causticante que não aceitava devolver-me ao meu corpo como minha última quimera.
Foto:www.blogdapalavra.blogs.sapo.pt/arquivo/valeria.conflitos.jpg

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